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Foto do escritorHariele Quara

Permita-se viver o novo. Dê um tempo, e o que é seu sempre volta pra você


Eu tinha 19 anos quando saí do lar da minha infância para a casa da vida adulta. Um dia, há alguns anos, depois de morar por dez anos no mesmo endereço, tomei uma decisão meio maluca – poucos entenderam, na época – de sair de lá.


Aluguei o lar em que vivia. Fechei um contrato de seis meses.


Confesso que não imaginava, não tinha a dimensão do quanto estava enraizada àquele espaço. Cheguei a derramar algumas lágrimas ao desmontar tudo para a mudança. Fiquei receosa do porvir e também de como seria minha casa sem mim.


Alguns meses depois, fui à minha casa receber um aluguel. Ao entrar e sentar em um sofá – que não era meu – olhar quadros e porta-retratos nas paredes, móveis tão diferentes do eu estilo, pela primeira vez senti que aquele lugar não era meu.


O sentimento foi estranho. Algo que era meu, que tinha meu toque em cada detalhe, simplesmente não tinha mais a minha cara, nem lugar pra mim...


Mas um dia, o contrato de aluguel encerrou. Infelizmente, não de uma forma muito boa. Minha casa estava suja, deteriorada, quase inabitável! Era preciso reconstruir meu lar.


Agora, alguns anos depois, meu lar está revitalizado, reformado, pintado, com a minha cara em cada detalhe novamente.


Essa história me trouxe hoje três ensinamentos de vida:


Não se enraíze em locais, pessoas, interesses e projetos de uma forma tão presa que lhe engesse para novos desafios: ainda que seja doloroso, permita-se renunciar para viver projetos maiores. Capte o momento de sair e simplesmente saia em busca do novo!


Ainda que não seja o plano, esteja preparado para voltar: não tenha medo de encarar o desafio de reconstruir na vida, nas relações, nos interesses e nos projetos. Às vezes, uma “voltinha lá fora” traz novas referências para velhas ideias.


Mais uma coisa: seu lugar é seu: Pode ser que esteja ocupado em algum momento, e você não seja bem-vindo. Todavia, não esqueça de que o que é seu, no momento certo, volta pra você. Um dia o “contrato de aluguel” encerra...


Dê um tempo, experimente o novo. Permita-se. Se for pra voltar, que seja com o novo para revolucionar o velho na sua vida!
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